RESENHA: A União Europeia e sua política exterior: história, instituições e processo de tomada de decisão. COSTA, Olivier.
No capítulo II ‘’As
principais abordagens teóricas para explicar a UE’’ no livro de Oliver Costa, uma
das últimas teorias tratadas é a Teoria da Europeização. Essa teoria é bastante
utilizada para investigar transformações na União Europeia, como instituições,
organizações, a política, a economia e questões sociais. A europeização tem
quatro vertentes, onde a partir delas podemos fazer diversas análises
diferentes da realidade europeia, tanto em contexto organizacional, quanto em
modelo estrutural.
Um ponto
importante antes de analisar as quatro linhas de pensamento da Europeização é
observar a abordagem de Governança existente na União Europeia. O bloco, apesar
de regido por poderes do Conselho, da Comissão, e do Parlamento não tem uma
Governança Definida, ou seja, não existe um Governo unicentrico por de trás da
coordenação social e política da UE, é prevalecido a autoridade de cada
Estado-membro e a sua soberania, não existindo um modelo político clássico, mas
existindo sim um sistema de Governança sem Governo de forma policentrista.
Voltando as quatro
abordagens da europeização, podemos usar as quatro vertentes dessa teoria para
analisar não só a União Europeia como bloco, mas também a sua Governança, assim
podemos analisar que:
A primeira
abordagem acredita que as mudanças da União impactam diretamente nas políticas
nacionais de cada membro. Essa visão pode causar certa insustentabilidade na
teoria da Governança, pois se a União Europeia leva impacto diretamente aos
seus países membros, como é possível afirmar a inexistência de um ator
policêntrico dentro de um sistema de Governança sem Governo, quando as decisões
da UE afetam seus membros de tal forma?
A segunda
abordagem trata as questões de baixo para cima, ela acredita que a europeização
ocorre quando os Estados membros afetam as políticas da UE em determinado
setor. Nesse caso fica claro a
existência de atores policêntricos, pois só é possível existir certo
policêntrismo quando a mudança no bloco vem a partir de vários membros
diferentes.
A terceira
abordagem acredita que toda questão política, políticas públicas e elaboração
de políticas entre os membros é advinda do contexto inicial da integração
europeia. Nesse caso, não seriam decisões tomadas a partir de um modelo
policentrico e nem de Governança sem Governo, mas sim uma estruturação das
políticas e do modelo europeu a partir de uma construção histórica no momento
da integração.
Na quarta e última
abordagem, Olivier explica que os principais pesquisadores optaram por tratar
esse ponto como algo mais inclusivo, considerando as outras três abordagens
anteriores, pois foi observado que a europeização é tida como o resultado de
interações constantes entre os membros, ou seja, o modelo europeu não é
previamente definido, existem vários modelos que podem funcionar devido a sua
Governança sem Governo, logo é possível que as três abordagens anteriores
possam ser usadas para a analisar o contexto na Europa e na União Europeia, seja
esse contexto institucional, social, político, econômico ou estrutural.
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