OS MOTIVOS DA ASCENSÃO DA EXTREMA DIREITA NA EUROPA APÓS 2015
Em 2015 com o auge da crise migratória na Europa
causada pela entrada de migrantes vindo de países da África e Oriente Médio, que
migraram em busca de condições mais justas de sobrevivência tendo em vista o
contexto de guerra e perseguição políticas que encontravam em seus respectivos
países, é criado pelo Conselho Europeu como forma de contornar essa situação
dentro de seus Estados membros diversas ações estratégicas que buscavam
priorizar medidas de controle à pressão migratória.
Como consequência da quantidade de migrantes nos
países Europeus, é observado uma ascensão institucionalizada da extrema direita
através de partidos políticos em disputas presidências, como é no caso das
eleições ocorridas na França, Holanda, Alemanha, Áustria e Grécia. A crescente
desses grupos de extrema direita pressiona não só os países internamente com
seus discursos nacionalista e de protecionismo econômico, mas o bloco Europeu
de modo geral, devido também a crise econômica que se instaurou na região desde
2008, onde muitos países do mundo ainda tentam se recuperar.
Como o DNA institucional da União Europeia é
triangular, e se compõe da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e do
Parlamento Europeu, e cada um deles executa as suas funções, sendo essas
funções sustentadas como um tripé que regem a Governança da União Europeia,
através disso podemos voltar ao início da criação da UE, onde partiremos do
principio de que a integração tem que ter funções.
Nesse caso, a função da integração europeia no cerne
de sua historicização foi a necessidade de se integrar num contexto de pós
Segunda Guerra Mundial, onde uma Europa ancorada na paz não era possível, onde
havia assim como existe hoje a presença de uma extrema Direita forte que se
move a partir de um conjunto de crise, ou de escolher enquadrar certas questões
como crise. É justamente por isso que a narrativa da crise é importante, pois é
a partir dela que a extrema direita se une para embasar seus argumentos em prol
do que acha correto, como o endossamento dos nacionalismos junto ao fechamento
de fronteiras para migrantes, acentuando ainda mais a xenofobia e o racismo.
Ao mesmo tempo que a questão histórica, – devido a
ascensão da extrema direita – uniu os países Europeus, essa mesma extrema
direita parece ser o foco de sua desintegração (Spill Back) onde há uma
retração institucional, que podemos observar a partir do pedido de saída da UE
pelo Reino Unido (Brexit), movimento que também advém da ascensão da extrema
direita pós 2015 com o auge das migrações e políticas de migrações na Europa,
mostrando que o Reino Unido solicita o Brexit justamente por ser contra a ideia
do DNA institucional da UE que rege a Governança da União Europeia a partir de
suas decisões. O foco do Brexit é justamente seguir suas próprias políticas e
não as impostas pelo bloco.
Logo, podemos concluir que: o que ocorria na Europa
talvez um pouco antes de 2015 e antes do Brexit seria o Spill Over, que parte
do conceito de expansão da integração, ou seja, o aumento do DNA funcional de
se integrar, como exemplo da moeda comum que se existe na Europa (EURO) ou de
um passaporte único para locomoção dos cidadãos europeus. O que conseguíamos
observar na Europa antes destes movimentos após 2015 é um aprofundamento
institucional tão intrínseco, indo para uma epistemologia gradativa e
funcionalista.
Contudo, é possível concluir que institucionalidades
não tem sentido fixo, pois a maioria dos movimentos graduais, são justamente
graduais pois não se sustentam ao longo do tempo, nesse caso observamos a política
de alargamento e concluímos que a medida em que mais países entram na UE, a
representatividade eleitoral diminui, o que também pode contribuir para a
ascensão de grupos de extrema direita, ou simplesmente para deixar esses grupos
mais visíveis, tendo em vista a baixa representatividade eleitoral.
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